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"...a estrada continua sendo a válvula de escape perfeita e a vontade a vilã mais famosa. Perdi o sono, o juízo, o silêncio, a hora e também as chaves. Vou indo, em algum meio tempo, catalisar outros sentidos."





quinta-feira, 15 de março de 2012

A gente aprende, sempre aprende!



Juro! Não é uma questão de vangloriar a minha vida, mas veja só como ela é.
Seis meses já se passaram. Eu vou fazer 24. A criança está crescendo. E a vida continuou.
Meu Deus. Como eu me impressiono! Não com a vida, mas COMIGO. Estou fazendo tudo sozinha. Tudo bem, eu tenho um elenco todo ao meu redor. E agradeço todo dia por isso. Eu sempre achei que Robinson Crusoé foi um herói. Sem meus queridos, eu teria me jogado em alto mar, confesso.
E não é me sentir onipotente. Muito pelo contrário, carrego fardos, culpas e pouquíssimos méritos.
Mas sinceramente, se eu pegar o calendário agora e voltar uns quatro anos (...)
A fruta amadureceu rápido, não é?
Nem tudo mudou. E o que permaneceu continua aqui, melhorei minha essência e reavaliei meus valores. Apanhei da vida e agradeço muito por isso. Hoje eu me permito muito mais, com consciência e muita fé.
Eu arrisco mesmo, me envolvo e dou chances de me fazer feliz. Carente são vocês que mesmo juntos, ficam aí sozinhos por receio do tombo. Solidão é opção e alegria é questão de ser.
E eu não falo só de amor, por mais que considere ele elemento chave do brilho todo.
Eu vejo além, acredito que todos merecem uma cara-metade, um complemento afortunado e uma parceria incondicional.
Mas não faço dramas, não peço piedade e odeio que tenham pena.
Ficou viúvo? Tá com tuberculose? Sua casa de praia pegou fogo? A vovó rifou sua bicicleta?
Então por favor, gente, vamos largar mão de sermos rabugentos e deixar o sol entrar.
Se o começo de tudo foi um caos e você se sente um fracasso, vai à luta, faça um final perfeito aos seus olhos.
E não volte o calendário.
Eu fui capaz de aprender a valorizar tudo em poucos meses.
Percebi que não sei viver longe dos meus amigos e que meu sistema imunológico é baixíssimo.
Que minha família significa tudo e que o meu quarto é o melhor lugar do mundo.
Percebi que tudo vale a pena pelo amor, principalmente quando esse amor se chama amor próprio.
Aprendi que ter meu próprio dinheiro é legal e que eu mereço muito mais.
Eu dei sentido para esses quase 24 anos de existência. Mérito meu e do meu filho, que me permite ser melhor, do bem, da luta e por me permitir ser mãe.
Repeti os mesmos erros, aprendi muito mais, desisti de alguns planos, me contentei com o necessário, estimei o que me fez bem e estou indo sempre atrás da felicidade.
Cara-metade existe, a minha ainda não encontrei, não procuro também.
Eu acredito que simplesmente acontece! Assim, como nos romances arrebatadores.




Amanda


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sexta-feira, 2 de março de 2012

Yes (...)


Ouvi alguém dizer que grandes comemorações tem hora marcada. Não assinei embaixo. Concordo em partes com essa afirmação. É lógico que casamentos, aniversários, formaturas e entre outras festas tem seu dia especial. Mas acredito também, que comemorar o que não é esperado, é grande e bem válido.
As comemorações marcadas, eu creio que é quando celebramos o fim de uma luta, uma conquista merecida, um sonho construído, ou até mesmo um laço renovado.
Nessas comemorações trocamos abraços coletivos, inúmeros presentes, estalamos os copos em brinde, tiramos fotos usando roupas novas e nossos melhores sorrisos.
São dias inesquecíveis! Vencer as grandes etapas da vida ou mesmo celebrar o novo, merece mesmo festas.
Mas, confesso, às vezes penso que, mais do que desses grandes eventos, gosto é das inesperadas comemorações. Aquelas que não são feitas ao redor de mesas enormes e quase nunca têm testemunhas. Aquelas que são só nossas, dos nossos feitos particulares, e que podem parecer bobagem para um monte de gente, mas significam muito para nós, que sabemos melhor do que ninguém das nossas aspirações e dificuldades.
Como aquele dia em que consegui mergulhar de cabeça na piscina. A gloriosa tarde em que andei de bicicleta sem rodinhas, vencendo meu medo de cair. O primeiro beijo. Ou mesmo coisas mais banais, como acordar e sentir a roupa mais larga na cintura. Ver a plantinha que andava murcha enfim rebrotar. Quando a receita dá certo e todos à mesa suspiram a cada garfada. Ou quando enfim encontro algo que pensei estar perdido para sempre, como o título de eleitor ou um amigo que não via havia anos.
A vida é cheia de pequenos motivos para celebrar. Fez a baliza? Marcou um gol na pelada? Acertou passar o delineador? Fez sua 1ª tatuagem? Terminou um bom trabalho? Hoje tem sol? Recebeu uma ligação especial? Escreveu para alguém? Teve um sonho bom? Seu filho aprendeu uma coisa nova? Recebeu um galanteio?
Então, vamos comemorar. Pode ser só um autoelogio silencioso. Ou um “yes” e um soco no ar, como nos filmes. Quem sabe uma dancinha, quando ninguém estiver olhando. O importante é não deixar passar.
No dia de hoje, eu inventei várias comemorações, começando por ter pessoas realmente amáveis ao meu redor.  E o presente, é a generosidade. Com o próximo e com a gente mesmo. E também celebrar cada dia e cada feito não pelo tamanho, mas simplesmente porque nos mostram que a vida é boa e que nós conseguimos, sim, sempre!

Amanda

O maior ato de coragem de nossa vida às vezes é um simples gesto. São esses pequenos-grandes feitos que transformam toda a vida e dão espaço para criar novos horizontes (...)
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