Dizem que realizar os desejos é simples. É só ir a uma fonte, fazer um pedido e atirar uma moedinha na água. Para quem quer casar, minha vó dá a dica. Basta comer um pedaço do bolo de Santo Antônio no dia 13 de junho ou pegar o buquê da noiva, e pronto! Aliança na certa. Para espantar visita, uma vassoura atrás da porta. Mas, para que ela volte, é o dono da casa quem deve abrir a maçaneta quando ela for embora. E, se uma joaninha pousar no seu ombro, agradeça! É o seu dia de estrela!
Eu desconheço qualquer descendência desses rituais ou sua nacionalidade. Não seguem lógicas, idades ou limites. Desde que o mundo é mundo, quando o homem olhou para a vida e achou que podia controlá-la, convivemos com as superstições. De um jeito inexplicável, esses pequenos hábitos organizam os fatos dos dias, devolvendo a eles o seu mistério. Eu me lembro das reuniões em família, sempre tem uma pontinha dessa tal superstição. “Desvire esse sapato menina, sua mãe pode morrer!” O quê, os calçados virados para baixo causam morte?
Eu desconheço qualquer descendência desses rituais ou sua nacionalidade. Não seguem lógicas, idades ou limites. Desde que o mundo é mundo, quando o homem olhou para a vida e achou que podia controlá-la, convivemos com as superstições. De um jeito inexplicável, esses pequenos hábitos organizam os fatos dos dias, devolvendo a eles o seu mistério. Eu me lembro das reuniões em família, sempre tem uma pontinha dessa tal superstição. “Desvire esse sapato menina, sua mãe pode morrer!” O quê, os calçados virados para baixo causam morte?
“Cuidado com esse espelho, muito cuidado, nesse caso 7 anos é muito tempo”. E quando um talher caía no chão. Se fosse uma faca, era um homem bravo que entraria pela porta. Uma colher, seria uma mulher faladeira. E se cair um garfo? Perguntávamos olhando para fora, espiando qual o tipo de pessoa que deveria estar virando a esquina. E, como para o garfo não havia nada previsto, inventávamos: vai chegar uma criança de cabelo espetado! Um menino magrelo, banguelo e ruivo! E quer saber? Nunca chegava...
Esse olhar ilusionista para as coisas foi moldando, lentamente, o modo de enxergar a vida. É como se cada um desses gestos guardasse um segredo, uma possibilidade de trazer algo maravilhoso, inesperado e mágico.
De repente, encontro alguém afugentando do mesmo gato preto em um sorriso cúmplice e desviando-se da escada. Ou buscando o prato de lentilhas, no dia de réveillon. Sete lentilhas ou sete uvas? Na praia, pulando ondinhas no dia 31 de dezembro, é como se todas aquelas pessoas vestidas de branco ao meu redor fossem velhas conhecidas. Amigos que, como eu, estão pedindo amor e felicidade no meio do mar, perdendo as contas das ondas, apoiando-se uns nos outros, entre taças e risadas. Pedindo muita grana com o amarelo, no meu caso, eu vou de vermelho.
Se funciona ou não, não importa. Há quem faça, há quem recrimine e o mercado adora e fatura!
Acho melhor fazer, senão, pode dar um azar... ou melhor, má sorte, que só de ouvir essa palavra bato três vezes na madeira, para afastar mau-olhado. Sai zica e por favor São Longuinho, ache minhas estrelas, e ganharás mais que 3 pulinhos.
Beijo fado e tchau azar.
Sorte no jogo e no amor também!
AMANDA